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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Incapaz.

Algumas vezes nós nos encontramos em fases difíceis, onde não nos entendemos e queremos mandar tudo para os ares... Fases onde nós somente gostaríamos de não existir, de morrer lentamente sentindo o prazer da dor... Se é que se pode chamar de prazer...

Eu estou assim! Morrer seria ótimo, sanaria todos os problemas que no momento tenho, deixaria simplesmente de existir sem deixar nenhum vestígio, melhor que sofrer.

Exagero? Para os que não vivenciam isto talvez, mas eu posso garantir-lhes que a solidão nos corroê por dentro, nos destrói aos poucos sem percebermos e quando nos damos conta já estamos no final do poço...sentir os chacos sangrando noite e dia, tirando minha vitalidade, esfregando em minha face o quanto sou incapaz, o quando eu não valho nada!
O meu poço sempre foi meu melhor amigo, afinal, quantas vezes eu já não caí? Mas das outras vezes eu gostava de ficar no fundo, rastejando-me como um animal, delirando na minha escuridão eterna, fenecendo aos poucos na podridão da sociedade em que vivemos... Mas agora, agora a minha vontade é de simplesmente morrer.
Meus motivos? Oras muitos! Todos sabem que esta que lhes escreve é feia, muito feia! Uma feia incompreendida, uma feia alegre, uma feia triste, uma feia que chora, uma feia que tem sentimentos, uma feia que gostaria de ser bela, uma feia que não consegue entender o porquê diabos tem de ser diferente dos outros, Mas sempre feia!

Agora eu vos pergunto... A beleza sempre deve ser levada em consideração? Nós os artistas buscamos a beleza que as palavras nos permitem para encantar feios e belos, para deixá-los torpes de amor, acreditar em nossas súplicas, em nossos devaneios, defender-nos com unhas e dentes... Mergulharem em toda a nossa persuasão... Mas... E quem é feio? Sempre merece ter isto jogado na face toda vez que pensar e sonhar alto? Se os feios também são capazes de encantar com palavras, com gestos, com atitudes, com um sorriso desengonçado então... Será que ele é eternamente feio? Uma pessoa que tem sentimentos jamais poderia ser julgada feia, pois os sentimentos são lindos e deveria ser os mesmos a valer mais do que um rosto bonito... Do que adianta a capa ser bela se a contracapa não tiver nenhuma informação?
Infelizmente nem todos pensam assim... Por isto eu agora quero morrer. Talvez eu volte diferente, com belos olhos azuis e um cabelo sedoso, um corpo milimetricamente perfeito e se tudo der certo um pouco de cultura também!
Mas então eu penso... Esta feia aqui sabe e tem domínio de tudo aquilo que faz, e já enfrentou tantas desgraças que tem quase certeza que é somente mais uma tempestade e no final da mesma haverá um arco íris... Não preciso de mais nada... Além de mim mesma. Eu sei, mas a solidão me deixa tão... Aflita que quero morrer. Mas vocês meus leitores precisam de mim... Precisam conhecer mais de mim, necessitam ler um pouquinho mais do que eu incansavelmente lhes escrevo. Logo segue a seguir um pequeno trecho do meu novo pré-projeto que ainda não decidi o nome:

_________________________________________

O

que era gostar de alguém? Eu, Wesley Bennington, não sabia... Até que aos meus dezesseis anos, conheci uma garota que me fez ficar alucinado, o nome dela era Laís.

Eu comecei a freqüentar todos os lugares aonde ela ia, a biblioteca, a quadra de esportes, a lanchonete... Todos! Na esperança de que ela olhasse para mim, ah! Como eu amava Laís.

Certo dia, na aula de literatura, eu estava decidido a falar com ela, tinha até ensaiado como eu falaria, e foi então que me decepcionei: Rodrigo, um garoto q

ue não a merecia, começou a paquerá-la. Então mais uma vez não tive coragem de falar nada.

Para que falar? Ela iria debochar da minha cara e riria de meus sentimentos. Mais uma vez eu deixei para lá...

Eu não era um garoto muito feio, eu sou até bonito, tenho olhos castanhos claros e de vez em quando eles ficam esverdeados, meus cabelos são pretos e tenho uma pele branca. Sou um pouco magricela, alto de pernas muito compridas o que me faz andar de uma maneira muito engraçada, pareço um invertebrado. Tenho que usar óculos e uso aparelho, tudo bem confesso, não sou o tipo de cara que atrai as mulheres, mas quando eu quero mesmo, corro atrá

s e uso minha criatividade. Era o que eu queria fazer com Laís, eu amava Laís!

Tentei buscar uma solução para aquele sofrimento desgraçado, mas não encontrava. Eu a via com outros rapazes e isso me enervava, minha vontade era arrastar ela de perto deles e pega-la só para mim, mas isso não resolveria...

— Wesley? Acorda garoto!

— Desculpa professora Teresa, eu estou morrendo de sono.


— Isso não é problema meu. Preciso que preste atenção na aula.

Ai que vontade de enforcar aquela velha, não tinha conseguido dormir a noite e agora a velha vinha me ofender. De quem era a culpa? Laís!

Então para não causar mais confusão comecei a prestar at

enção, ela leu um lindo poema de Gonçalves Dias que me deixou arrepiado. A noite cheguei em casa e comecei a pensar no poema, me senti um cara inútil, um ignorante e chorei, isso mesmo, chorei até ficar com dor de cabeça.

Que diabos a natureza não pudesse me fazer um cara mais bonito? Não poderia ter me dado olhos azuis, um cabelo loiro, sorriso perfeito, uns músculos de bônus?

Não, não, não! Ela quis que eu fosse apenas aquele cara

esquisito que tira ótimas notas na escola, mas que nem isso ultimamente tem feito direito. Fiquei pensando sobre o mundo, tentando colocar filosofia em tudo, mas nem isso ajudou. Volta e meia e o rosto de Laís sorrindo me aparecia na mente, e eu comecei a delirar com ela, vinha-me à cabeça, envolvente e me beijava, dizia que eu era o cara da vida dela, me seduzia... Cachorra! Enquanto eu sofria ali com certeza ela estava aos beijos com qualquer cara, menos eu.

Liguei o computador e comecei a conversar com uns amigos no MSN, mas não me distrai, sai e deixei os meninos falando sozinhos. De repente me deu um negócio, uma coisa muito estranha, toda a minha raiva parecia ter passado, abri uma página do Word e comecei a digitar... Meus dedos estavam trêmulos, minhas mãos estavam suadas, quando

percebi surgiu o poema “Laís”, tinha duas páginas e todas as estrofes com seis versos. Aí se Laís soubesse o quanto eu a amava, se ela percebesse a minha existência.

Mas isso era um delírio, Laís não era mulher para mim. Como é difícil admitir isso... Tentei mil coisas para esquecê-la, era uma dor descomunal que eu sentia, ela nem era tão bonita, era magra, alta e apenas tinha belos olhos e um sorriso encantador, eu mentia, ela era linda! Mentia para ver se conseguia esquecê-la.

— Vamos hoje depois da aula em uma pelada, quer ir conosco Wesley?

— Não. Eu tenho que terminar de fazer umas coisas, mas valeu pelo convite.

— Você quem sabe. Até depois então.


— Até Marcos, obrigado por me chamar.

Eu não fui porque sabia que provavelmente Laís estaria lá, e também eu não sabia jogar futebol, na teoria eu sabia, mas era um perna de pau. Fui para casa chateado, magoado, destruído, ai que raiva de mim! Não conseguia tirar aquela garota da minha cabeça. Ela tinha algo que me deixava viciado.

— Filho, o que está acontecendo com você?

— Nada. Eu estou bem mãe, obrigado.


Mentira de novo! Eu estava mais do que mal. Fui para o meu quarto e novamente abri aquele documento do Word, li o poema de novo e vi que precisava de uns ajustes, pena que eu tinha feito para alguém que nem me dava à mínima. Realmente estava bom, eu nem imaginava que sabia escrever tão bem.

Eu nunca tinha escrito nada na vida, era o tipo de

garoto que adorava jogar vôlei na oitava série e que fazia palhaçadas com as meninas, mas agora tudo estava tão complicado, nem eu mesmo me reconhecia às vezes, e agora eis que me surge um novo talento, mas isso me parecia tão idiota. Escrever para uma garota!

Eu vivia tirando onda com meus amigos que escreviam cartinhas e ficavam eufóricos esperando a resposta, mas agora eu estava pior do que eles, eu não escrevia cartinhas, eu escrevia poemas!

— O que se passa com você hein seu maluco!


Fui tomar um banho de ducha gelada para ver se esfriava as idéias, e por um momento parei de pensar nela... Lembrei-me de uma antiga paixão...

Aos quatorze anos eu me apaixonei por uma prima minha, o nome dela é Cássia, uma menina linda, meiga e gentil. Um protótipo perfeito.

Cássia era um ano mais nova, na época tinha treze e eu morria de vontade de ficar com ela, era apenas um franguinho novo que não conhecia bem as coisas, mas tinha certeza de uma coisa: eu estava muito apaixonado por ela. Tive medo por sermos primos, então resolvi guardar para mim - como ela era bonita! Mais uma coisa que não deu certo e eu tive que abandonar aquilo, mas agora a imagem de Cássia me vinha à mente - ap

esar de ser minha prima. Fazia tempo que eu não à via.

A última vez foi em uma reunião familiar, depois disso guardei para mim aquela paixão por ela e esqueci...

— Wesley, venha jantar menino!

— Já vou mãe.

Minha mãe, minha heroína! A única que ainda me tratava como se eu tivesse cinco anos, mas como eu queria ter cinco anos de novo... Ai que angustia.

Novamente, depois do jantar, entrei no MSN

e fiquei conversando com meus amigos. Tirei Laís da cabeça e me sentia leve por isso! Fiquei até uma e meia da manhã conversando e decidi ir dormir, precisava me con

centrar nos estudos.

Faculdade de biologia, meu sonho! Tinha que passar no vestibular, e para que isso acontecesse, tinha que manter minhas notas altas e boas. Também, porque era algo que eu gostava mesmo de fazer, estudar e me sentir bem por conhecer as coisas.

(...)


To be Continued!

3 comentários:

  1. Que blog maravilhoso, muito bom mesmo, adorei essa postagem!!!
    Já estou seguindo e se puder seguir o meu também, agradeceria muito!!!

    http://therevolucaonerd.blogspot.com

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  2. Obrigada Chris, quão gentil és! Estarei seguindo-te de volta e claro espero que venha sempre aqui em meu cantinho amargurado... Tudo o que escrevo vem de uma mente um tanto perturbada... Mas não te assustas. Sou completamente normal, ou não...
    Grandes abraços!

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