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sábado, 21 de setembro de 2013

Um país ignorante ou um país de ignorantes?

Meus caros leitores, eu estive fora por todo esse tempo por conta dos afazeres da faculdade que estão me sufocando muito! Precisava dar conta de tanta coisa que acabei me ausentando. Durante esse tempo estudei muito sobre literatura e comentei com alguns amigos as minhas ideias sobre o assunto, principalmente sobre a estatística de que no Brasil se lê apenas 4 livros por ano, contando a bíblia, livros que leu pela metade e livro didático... O que mais me frustrou foram os comentários destes amigos. Por conta dos mesmos é que trago este título forte nesta postagem, pois ele realmente exprime minha raiva pelos ideais de pessoas tão vazias, sim, vazias. Para não dizer coisa pior.
Então, vou lhes contar o que aconteceu... Comprei um livro recentemente que me custou o valor de 35 reais. Não acho que seja caro, de maneira alguma. Principalmente porque o autor levou tempo para conseguir acabar esse projeto, ele se esforçou para conseguir publicação e tudo mais, ou seja, o processo da ideia até chegar no livro acabadinho e bonito foi extremamente difícil. O autor, falando nisso, é brasileiro e está tentando se consagrar. Contei aos meus amigos sobre o livro, pois comecei a devorá-lo rapidamente. Como sabem eu não consigo ler apenas um livro e no atual momento estou lendo cerca de 4 livros, pois acabei um recentemente! E não considero isso insano, é que eu amo tanto ler que apenas uma leitura não me basta. Por acaso, esse número "quatro" é o mesmo número de livros das estatísticas de leitura dos brasileiros. Assim, fiz uma piadinha, pois até a Argentina lê mais do que nós, e não estou menosprezando os Argentinos não, mas brinquei que "nós queremos sempre competir com a Argentina, mas olha só, no quesito intelectual eles ganham de nós de lavada, pois lá se lê em média 5,1 livros por ano e aqui apenas 4", meus amigos se doeram. Lógico. Começaram a falar do futebol de uma maneira defensiva que foi me irritando profundamente. Simplesmente parei tudo e disse: Então é isso? Vocês acham que somos os maiorais simplesmente porque a nossa seleção  ganhou algumas copas do mundo? Nada contra o futebol, eu até gosto, mas isso significa que temos que ter só o futebol de bom?
Pronto. Foi uma discussão daquela! Começaram a defender o futebol, dizer que o esporte faz bem para o corpo, que isso e aquilo. Eu, como amante da literatura não deixei barato, comecei a defender o meu lado. Então se o esporte faz bem para o corpo, a literatura faz bem para a mente, para a alma! Então começaram a dizer que não é que ler é chato, mas é que a leitura custa muito caro.... Pensemos meus caros, pensemos, e o que eu vou dizer aqui eu disse para eles!
O autor dedica todo o seu tempo a uma obra, fica concentradíssimo na arte de organizar palavras e conseguir fazer uma literatura de boa qualidade, cheia de muitos significados. Ele não escreve porque escrever é algo que vai lhe dar status, ele escreve simplesmente pelo PRAZER de escrever. Pelo menos eu penso em mim, eu escrevo porque isso está em mim, é isso que gosto de fazer e não tem jeito, quando os personagens vão se amontoando na nossa mente, é preciso deixar eles ganharem vida. O sucesso, bem ele é consequência.
Sabemos o quão concorrido e injusto é o mercado editorial no Brasil, pois para um livro ser publicado, impresso e chegar até as livrarias é um trabalho imenso que não exige somente do autor e das editoras, mas sim do bolso de ambas. Já pensaram em quantos mil estamos falando para que um livro seja bem vendido no Brasil? E não estou falando só da literatura nacional não, estou falando de um modo geral. E claro, tem essa questão, o povo não valoriza o que tem em casa. Parece que o que vem de fora é muito mais legal, mais interessante. Por isso não me admira que livros péssimos vendam tanto no Brasil, pois é importado, veio de outro lugar, por isso é legal. Por causa, justamente, dessa preferência pelo estrangeiro é que nós, os escritores do nosso Brasil, temos de vender nossa obra cara. Uma gráfica não roda um livro só por um preço bom, já pensaram no absurdo que elas cobram? Não, claro que não, pois tudo vocês acham que é exploração por parte dos escritores. E nõs, pobres de nós, ficamos extremamente felizes se conseguimos vender mil livros em um país de pessoas que não gostam de ler. Aí eu vos pergunto. Depois de TUDO ISTO, é caro vender um livro ao preço de 35 reais? É caro? As pessoas acham caro comprar um livro por 35 reais, mas não acham caro pagar 40 reais em um whisky. As pessoas acham caro pagar 35 reais em um livro, mas não acham caro fumar um maço de cigarro que tem saído em torno de 52 reais do mais barato.(eu sei porque vivo dentro dos comércios, por causa do meu trabalho com meu pai.) As pessoas acham caríssimo, absurdo pagar 35 reais em um livro, mas não acham caro comprar maconha para ficar doidão! Sim, acham caro alimentar a mente com alguma coisa boa, de valor, que vai ficar para vocês, mas não acham caro alimentar os vícios do corpo, algo que vai matando aos poucos e pode lhe trazer muitos problemas. 
Não sou contra pessoas que não gostam de ler, não sou contra pessoas que gostam de gastar o seu dinheiro em porcarias. Acho que todo mundo uma vez na vida já fez isso. Porém, sou contra pessoas que dizem que ler é desnecessário, sou contra pessoas que acham que o Brasil tem que ser só o país do futebol, sou contra as pessoas que não acreditam no potencial de nossos autores, sou contra pessoas ignorantes de mentes fechadas que acham que pagar 35 reais em um livro é caro. Talvez, somente talvez, se livro fosse mais vendido no Brasil, o preço dele custasse bem menos. Sou contra essa banalização da nossa literatura nacional. 
Então, meus caros, pensem comigo, quem é que é ignorante? "O País" ou "AS Pessoas do País"? Acredito que seja o segundo. Sabemos que nosso país tem um déficit muito grande no que diz respeito a área cultural, mas quem REALMENTE quer, não fica esperando as coisas caírem do céu. Se o país está do jeito que está, a culpa não é só do governo. A culpa é de nós mesmos que não procuramos expandir nossos conhecimentos para nos posicionarmos de uma maneira mais crítica diante dos fatos. Não estou falando que ler literatura vai mudar o mundo, não. Mas estou dizendo que a leitura, seja de um jornal, de uma revista, de um livro enriquece nossa mente. Nós nos tornamos mais críticos, temos uma ampliação do vocabulário e desenvoltura para nos posicionarmos diante das diferentes situações comunicativas quando adquirimos o hábito de ler. Então, pensemos sobre isso, pensemos se queremos ser apenas o país do futebol e não um país desenvolvido em todas as áreas. Pensemos se queremos ser esse tipo de pessoa que discute por causa de futebol, que alimenta tantos vícios e bobagens e não tem opinião própria. Apenas pensemos, pois estou realmente decepcionada com as colocações sem argumentos que os meus "amigos" me deram para justificar esse "ódio" pela leitura.
Eu poderia discorrer muito mais sobre o assunto, mas de nada adiantaria, afinal, as trevas não gostam de receber luz.
Sem mais, fico por aqui.

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