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sábado, 9 de março de 2013

O foco Narrativo - Ligia Chiappini Morais Leite

Olá meus queridos leitores, eu tinha que partilhar com vocês as minhas descobertas ao ler esse livro tão esclarecedor!
O li para as aulas de Teoria Literária II e simplesmente fiquei maravilhada com todo o conteúdo que ele apresenta, de uma forma simples, mas ao mesmo tempo nos ajudando a sanar grandes dúvidas. A priori, a autora nos trás os confrontos literários antigos, nos remetendo que a narrativa é muito antiga, e o pensar sobre ela também o é.
Coloca-nos diante das visões de Platão e de Aristóteles, que é a parte da qual irei falar, pois adorei-a. Para Platão, tudo o que não apresenta a verdade não pode ser belo. Para ele existe um plano REAL e um plano IDEAL, neste plano ideal temos tudo o que é de fato REAL, logo, Platão acredita que a nossa realidade é uma imitação do plano das ideias. Por exemplo, eu vejo uma CADEIRA preta, com estofado, bastante confortável na qual me sento para escrever ao computador, essa cadeira é uma IMITAÇÃO do plano das ideias, ela não é a verdadeira cadeira, mas a verdadeira cadeira é aquela que pensamos a respeito. Assim, para Platão, a narrativa é uma imitação da IMITAÇÃO(simulacro de segundo grau), pois quando se narra, tenta-se ser fiel a nossa realidade. Para ele uma obra só podia ser bela se fosse coerente com a nossa realidade. Logo, se chegássemos para Platão e disséssemos que encontramos um coelhinho, o seguimos, e caímos em uma toca que nos levou a outro mundo, e assim encontramos um cogumelo, quando o comemos começamos a crescer, depois comemos outros e começamos a encolher.... Ele não iria achar essa obra "bela", pois ela não é coerente com a realidade!
Já na visão de Aristóteles, que é o contrário de Platão, a imitação tem sim um valor grandioso.  Ele dava muita importância a essa imitação da realidade, pois se ao assistir uma peça dramática, por exemplo a tragédia, as pessoas se emocionavam, tomavam as dores daquele personagem para si mesmas vivendo uma vida que não era dela, então, depois daquela peça a vida daquela pessoa não seria a mesma. Aristóteles, então, conceitua que a literatura é imitação do real como forma de conhecimento e prazer, pois o ato de se emocionar com aquela peça, de tomá-la para si provoca a catarse nas pessoas.
Enfim, a autora nos apresenta várias criticas e reformulações das ideias de Aristóteles e Platão através de autores como Kayser, Lubbock e Henry James, mas acredito que essa exposição acima foi o que mais me chamou a atenção a respeito da narrativa, pois se a tanto tempo atrás já se tinha essa visão, atualmente é bastante diferente, mas ainda se pode buscar essas origens nos textos de ambos os autores que foram tão "atuais".
O livro também nos apresenta os conceitos de Norman Fridman a respeito do narrador que pode ser onisciente intruso, neutro, o eu como testemunha, narrador-protagonista, pode-se ter também a onisciência seletiva, a onisciência múltipla seletiva, o modo dramático e o câmera. Também falando a respeito da análise mental, monólogo interior e fluxo de consciência, Uma parte realmente interessante para todos os amantes de literatura que gostariam de conhecer melhor a arte da narrativa, pois em cada um destes narradores citados acima, a auora trás exemplos de obras como Madame Bovary, O falcão Maltês, Vidas secas, Dom Casmurro e etc, grandes clássicos literários.
Mais adiante, ela nos informa sobre a situação atual de como interpretar o romance e mais teorias com textos de autores como Lukács, Não me aprofundarei nestas partes, pois deixo a dica para que possam ler, é um livro não muito grande e que pode lhe sanar muitas dúvidas a respeito da literatura, assim como aconteceu comigo, o li em dois dias!
Até a próxima meus caros leitores! Ah... E sempre desconfiem... Será que temos mesmo uma realidade? Ou será que somos todos personagens?!

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